quinta-feira, 31 de março de 2011

Ensinando matemática

A mãe exaspera-se com o professor. Seria mesmo necessário demonstrar a solução das equações do segundo grau ao seu filho de 14 anos? Ele que só pensa em facebook, festinhas e videogame, não consegue abstrair as parábolas e suas associações íntimas com o eixo orientado dos reais. O professor diz que a culpa é materna. Mães são ótimas em curar crianças de suas curiosidades infantis. Se não fossem elas, toda criança estaria ansiosa por aprender a derivação do teorema de pitágoras.

A ontogenia recapitula a filogenia.

A filogenia da ciência não coloca na origem do pensamento matemático, as abstrações. Seria mais as necessidades concretas humanas de lidar com impostos, mercadorias e divisões de tarefas.

A abstração nasce em outro canto, no louvor à ordem do cosmos, na espiritualidade. Pitágoras e os seus viram na matemática a linguagem da espiritualidade, o prazer de descrever os intrincados padrões da natureza, que nossos olhos insistem em perceber.

A matemática estética é arte e espiritualidade.

Mas será necessário despertar as crianças para a espiritualidade, em que sentido for - religioso, ecumênico, estético - para ensinar matemática?
I don't do art for a living, neither for perso...Image via Wikipedia
A mãe não é religiosa nem astróloga. Sem recursos dessa natureza, convida o filho a desafiá-la. Quantos amigos no facebook serão necessários para construir o caminho mais curto até o mar?

Precisamos que nasça urgentemente o Paulo Freire da matemática.
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