A mãe exaspera-se com o professor. Seria mesmo necessário demonstrar a solução das equações do segundo grau ao seu filho de 14 anos? Ele que só pensa em facebook, festinhas e videogame, não consegue abstrair as parábolas e suas associações íntimas com o eixo orientado dos reais. O professor diz que a culpa é materna. Mães são ótimas em curar crianças de suas curiosidades infantis. Se não fossem elas, toda criança estaria ansiosa por aprender a derivação do teorema de pitágoras.
A ontogenia recapitula a filogenia.
A filogenia da ciência não coloca na origem do pensamento matemático, as abstrações. Seria mais as necessidades concretas humanas de lidar com impostos, mercadorias e divisões de tarefas.
A abstração nasce em outro canto, no louvor à ordem do cosmos, na espiritualidade. Pitágoras e os seus viram na matemática a linguagem da espiritualidade, o prazer de descrever os intrincados padrões da natureza, que nossos olhos insistem em perceber.
A matemática estética é arte e espiritualidade.
Mas será necessário despertar as crianças para a espiritualidade, em que sentido for - religioso, ecumênico, estético - para ensinar matemática?
Image via Wikipedia
A mãe não é religiosa nem astróloga. Sem recursos dessa natureza, convida o filho a desafiá-la. Quantos amigos no facebook serão necessários para construir o caminho mais curto até o mar?
Precisamos que nasça urgentemente o Paulo Freire da matemática.
quinta-feira, 31 de março de 2011
domingo, 27 de março de 2011
A lei da sopa de pedra
Algumas frases que ouvi no vento
"A ciência faz a sua parte, mas não é substituto de pé no chão e olho no olho"
(algum seriado policial de TV)
"O universo é um lugar muito grande, talvez o maior de todos"
(do livro Em algum lugar em Goa)
(algum seriado policial de TV)
"O universo é um lugar muito grande, talvez o maior de todos"
(do livro Em algum lugar em Goa)
Assinar:
Postagens (Atom)