sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ser feliz


"Agora eu era um ReiHonoré Dumier Dom Quixote e Sancho PançaImage via Wikipedia
Era um rebelde e era também juiz
E pela minha lei
A gente é obrigada a ser feliz..."

A bela música de Chico enche a sala de contos de fada. Que lindo, tia, se houvesse uma lei assim!

Didá, testemunha da ditadura,
responde seca e sábia:

- Ninguém deve ser obrigado a nada,
muito menos a ser feliz.


Enhanced by Zemanta

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Culpa de Deus?

No café da manhã, a conversa não pode ser outra. Por quê?

Por quê uma pessoa entra numa sala de aula e atira em dezenas de crianças para matar?
Por quê transeuntes são mortos por homens adultos com armas nas mãos que não se controlam ao serem desafiados por um aposentado armado?
Por quê, numa rua escura, um homem leva uma bala na cabeça ao reclamar do assaltante?

O primeiro era louco. Os outros dois, frutos da Inconsequência.

O que está errado? Homem ou Deus?

Antigamente Deus castigava.
Papai Noel cansou de fazer lista, meu filho conclui.

sábado, 2 de abril de 2011

Todos têm direito à preservação e valorização de suas diferenças

Chamam tecnicamente de homofilia a tendência do ser humano agregar-se em grupos conforme suas semelhanças. São as tribos, as galeras, os grupos, as redes.

Há os que se dedicam a uma tribo só, e aqueles que curtem a diversidade.

Os colegas de tribo são nossos espelhos, extensões de nossos gestos, nossas vivências. Aprendemos por seus erros e acertos porque nos identificamos com eles, os sentimos na carne como se fossem nossos próprios erros e acertos.

Quando nascemos, somos simples, semelhantes, nossa tribo é toda a humanidade infantil. Crescemos com a consolidação de uma identidade - ou identidades.

The Deaf and The JapaneseImage by timtak via FlickrOliver Sacks é maravilhoso ao descrever as comunidades de surdos, em seu livro sobre a surdez. A velocidade com que novas linguagens complexas, com vocabulário, sintaxe e gramática, surgem a cada geração que se permite agregar surdos entre si, é testemunha do progresso que surge quando permitimos os diferentes serem iguais dentre iguais.

Ao dizer isso, temo ser mal compreendida. A inclusão é a palavra de ordem. Sim, deve-se garantir a acessibilidade. Contudo, deve-se garantir também que tribos se formem e evoluam em sociedades, comunidades. Pessoas com atributos raros tem o direito de se conhecerem e trocarem experiências. Por isso, sou contra a noção de que se possa fechar instituições como o INES e o Benjamim Constant, instituições de excelência de ensino e cultura de surdos e cegos, no Rio de Janeiro. Não podemos perder a vitalidade deste acervo cultural.

Todos têm direito à inclusão.
E
Todos têm direito à preservação e valorização de suas diferenças.
Enhanced by Zemanta